Evoluímos junto com a tecnologia. Hoje, um jogo pode ajudar o player a se empoderar ou até superar alguns medos.
Com tanta troca acontecendo no digital e na sala, o game hoje é um catalisador de transformações sociais. A diversão não fica de lado, mas a expressão da identidade, o empoderamento feminino e a saúde mental entram em jogo. Vai dizer que isso não é evolução?
Nesse sentido, o ambiente virtual é um lugar seguro pro player se reinventar, superar obstáculos e, no final, encontrar o herói ou a heroína que vive dentro de si. E se essa estrada às vezes envolve uma roupa colorida e orelhas de gato, por que não?
Você, só que com superpoderes.
Pra quem faz cosplay, vestir a roupa do personagem preferido pode ser um ato transformador. A pessoa que tá ali, embaixo do look, encara a própria identidade, corpo, raça e gênero com uma nova lente.
Assim, a galera empresta os atributos do alterego dos games e supera algumas das velhas limitações humanas.
Escolha seu codinome
Caracterizados ou não, os cosplayers levam sua realidade pro YouTube. As referências vêm dos jogos e da cultura pop, mas o universo deles é feito de histórias bem pessoais e dicas práticas pra transformar qualquer material em fantasia.
É jogo, mas é sério.
Tem diversão. Mas também tem emoção, educação e saúde. Alguns criadores usam os jogos até para falar de depressão. E a realidade virtual abre caminho para novas maneiras de ajudar as pessoas. Um exemplo simples são os games que simulam situações que funcionam como um gatilho para acionar traumas, criando um ambiente de exposição segura para quem está em tratamento psicológico.
Vem comigo, que no caminho eu explico.
Empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, é uma das especialidades dos games. Tem desenvolvedores que criaram um jogo só em áudio pra pessoas cegas. Outros nos levam à sua jornada: imagine acompanhar a história de um pai que perdeu o filho e entender esse processo interagindo com as cenas. Ou um jogo que ajuda as pessoas a se recuperarem de um trauma psicológico.
As mulheres não ficam no castelo esperando o herói desse jogo.
O mundo está mudando, e essa comunidade também. As gamers, que por muito tempo ouviram piadinhas sem graça e ficaram de fora dos prêmios, hoje comandam canais com milhares de views e ganham campeonatos. A representatividade feminina não tem reset.
Essa é uma conquista só delas, que ninguém vai apagar. E a verdade é que todo mundo sai ganhando.
De mãe pra filha
A Nathalia herdou da mãe a paixão por games. E as duas já viajaram muito por esse universo, dentro e fora de casa.
O preconceito saiu da sala
Os canais refletem a diversidade que está dando as caras nesse universo. Gamers gays, trans e drags falam sobre sua paixão por games e, de quebra, ampliam os horizontes de quem assiste. Mandem mais que tá pouco!
Somos todos(as) geeks
E quando os games, os quadrinhos, o cinema e outras paixões se misturam, acontece o quê? Dá tudo certo. Quem ama um desses universos costuma ter o coração aberto pros outros. Essa também é a impressão do Felipe, que trabalha em uma loja em Porto Alegre
Tanto quem joga quanto os próprios jogos são parte de uma história de pertencimento e libertação.
Pra quem ainda pensava que gaming era assunto de nicho, o engajamento desse público e os estádios cheios provam o contrário. Se alguém falava em isolamento social, surge uma comunidade unida e empática, que abraça a diversidade. E isso sem falar na diversão pura e simples, que sempre vai ser o maior lance do jogo. A cultura gamer encontrou no YouTube a ponte pra chegar longe. E aqui diz a que veio: quebrou todas as barreiras, conquistou o mainstream e mudou a vida de muita gente. Sem brincadeira.