De olho nos processos que foram acelerados desde o início do isolamento social, reunimos dados, tendências e pontos de vista de especialistas para apontar caminhos possíveis no futuro em 7 áreas distintas: consumo, educação online, trabalho, entretenimento, logística, segurança na internet e família. Com a ajuda desses números e insights, sua marca ou negócio pode começar a fazer a diferença desde já.
Tempos difíceis desencadeiam muitas emoções. E para ajudar as pessoas a atravessar os momentos de adversidade, alguns recursos e ferramentas digitais surgem como verdadeiros aliados. Nesse cenário, os vídeos no YouTube, as videochamadas e as lives reafirmam a importância do seu papel na rotina das pessoas. Além disso, esse tipo de conteúdo tem sido consumido por diferentes famílias no Brasil que estão buscando mais leveza e distração para lidar com a intensificação da convivência compartilhada em um mesmo espaço.
Sejam sozinhas, sejam acompanhadas, as pessoas têm visto mais vídeos: para 30% dos brasileiros conectados, os vídeos são a forma favorita de conteúdo.1 Mas que tipo de vídeo eles estão vendo? Entretenimento lidera o consumo desse formato. Isso porque, com o mundo lá fora cada vez mais caótico, é natural que o nosso desejo por assistir conteúdos de qualidade esteja crescendo. É por isso que, mais do que nunca, curadoria será a palavra-chave para marcas e profissionais de comunicação que desejam se destacar nesse universo.
Para saber mais sobre essa tendência, compartilhamos dados, reunimos diferentes tipos de comportamento familiar na quarentena e dividimos visões de especialistas para mostrar como o vídeo tem sido fundamental para o entretenimento e para o conteúdo em tempos tão complexos como este.
O que ver para se divertir?
Além dessa nova realidade ter mudado a forma como vivenciamos algumas coisas fundamentais — a rotina de trabalho, de exercícios ou até mesmo a maneira como nos relacionamos uns com os outros —, ela também gerou impactos em como nos entretemos e satisfazemos nossas necessidades.
E embora alguns estejam mais ansiosos pela volta da vida "normal" e se permitindo passar por novas experiências — um exemplo é o retorno dos cinemas drive-in —, milhares de outros estão consumindo cada vez mais conteúdos em vídeo desde março.
Para nos guiar nesse mar de conteúdo, o trabalho de curadoria se mostra cada vez mais essencial. Com ele, fica mais fácil ajudar as pessoas em seus pequenos rituais de rotina de descanso e prazer.
E se estamos falando sobre qualidade de conteúdo (e não mais sobre quantidade de horas gastas), conseguimos entender por que o watchtime é a métrica que mais faz sentido para mensurar o engajamento das pessoas em quarentena.
E quais foram as mudanças em casa?
Grande parte dessas experiências estão sendo compartilhadas por pessoas que dividem a mesma casa: um indicativo são os 60% dos brasileiros conectados que dizem estar passando mais tempo em família.2 E se por um lado essa hiperconvivência intensificou o afeto, por outro aumentou o número de casos de violência.
Somente entre março e abril, o feminicídio teve um aumento de 22% se comparado ao mesmo período de 2019.3 Preocupante, o dado nos mostra que o conteúdo em vídeo pode, inclusive, ter papel educativo em um ambiente doméstico perigoso para mulheres e crianças — as principais vítimas de agressores, que, muitas vezes, vivem no mesmo ambiente. Para muitas delas, a falta de acesso à informação é um dos impeditivos para tomar medidas legais.
Já pelo lado positivo, os laços afetivos estão se consolidando além do modelo nuclear tradicional. Sejam amigos que vivem juntos, sejam casais com filhos, há vários tipos possíveis de arranjos que podem constituir uma família. E a casa é a peça-chave para fortalecer esse novo entendimento: independentemente do acordo, ela é o espaço onde acontecem essas trocas. Tanto que, em pesquisa, 36% das pessoas afirmam que passar mais tempo com a família ou com os companheiros de casa é uma mudança que veio para ficar. 4
Sem dúvida, essa maior convivência gerou — e vai gerar ainda mais — mudanças na dinâmica familiar, e os resultados são reveladores tanto no fortalecimento de diferentes vínculos familiares quanto na maior vulnerabilidade de mulheres e crianças que estão passando por experiências traumáticas.
O que, afinal, deve ficar?
Por mais que essa pergunta não tenha uma resposta 100% objetiva, os dados e as tendências podem ajudar marcas e empresas a olhar o momento atual com mais clareza na hora de fazer a diferença. E embora ainda seja cedo para dimensionar o que será permanente, as mudanças já estão acontecendo e apontam alguns caminhos possíveis para a vida no pós-pandemia.