O show mais aguardado vai começar. E quem manda nesta apresentação é você. Ou melhor, todo mundo. Na palma da mão e com o lineup que você quiser: o YouTube é o palco da vida real.
O digital está fazendo todo mundo entrar para a cena musical. Quem antes era consumidor, fã e ouvinte passou a ser produtor, curador, empresário, assessor de imprensa e artista. Tudo no mesmo arranjo.
A expressão da individualidade de cada um dita o ritmo de cada estilo.
Do rock ao funk, passando pelo sertanejo, eletrônico, rap e pop, as pessoas transitam entre os códigos de cada gênero musical. E aqui tem espaço pra ouvir de tudo, sem restrições ou preconceitos.
Faixas Infinitas
Para o economista, produtor musical e VJ Gabriel Rolim, de São Paulo (SP), a qualidade e as opções dão um baita diferencial ao YouTube.
Se a cena musical é de todo mundo, tem espaço pro individual e pro coletivo. Para cada nota e para os acordes. Afinal, a música reverbera as emoções da sociedade como ninguém. Ela é o termômetro de tudo o que a gente sente.
Dá voz às grandes revoluções.
As freedom songs da década de 60 faziam ecoar a luta pelos direitos civis nos EUA. Hoje, lá também, o single “Formation”, da Beyoncé, é o hino do movimento Black Lives Matter, contra o racismo e a violência policial.
Sintoniza as pessoas com a realidade, sem filtro ou pós-produção.
A guitarra elétrica do Caetano Veloso chacoalhou os puristas da MPB de elite nos anos 60. E ganhou novos adeptos por dar voz aos conflitos e desencantos da época. O Brasil era do povo, e não dos poucos privilegiados. Hoje, o rap dos Racionais MCs ou de Filipe Ret dá letra e música às tensões sociais, especialmente na periferia.
Ensina novas formas de expressar um sentimento.
Ronnie James Dio fez o rock pular do palco direto para a expressão de todos os roqueiros, quando criou o 🤘 em 79, ao entrar para o Black Sabbath.
Em 2015, a coreografia que o MC Bin Laden criou pra falar que “Tá Tranquilo, Tá Favorável” se popularizou pelo YouTube: invadiu as casas dos brasileiros e quicou até nos campos de futebol.
Lança a estética do seu tempo.
No fim da década de 70, o Clash e os Sex Pistols romperam com o despojamento do folk e inauguraram a estética agressiva do punk, que chegou com força nos anos 80, principalmente nas atitudes. No Brasil de hoje, Liniker e Rico Dalasam também reescrevem as partituras da música pelo visual e pelo comportamento. Eles embaralham os gêneros com muito estilo e provam por a + b + sol sustenido que a definição de homem e mulher não é canção obrigatória.
Dita o tom da interação.
Um show nunca é só um show. É a adrenalina pra comprar o ingresso disputado e a ansiedade só de imaginar o set list. É a fila enfrentada com gosto e o desespero do grito na entrada da banda. Um show também é o coro da galera durante as músicas. Agora imagina que o artista nem precisa existir pra toda essa reação acontecer. Como a cantora japonesa Hatsune Miko, que é uma projeção holográfica feita por um programa de computador e atrai um mar de gente pros seus shows.
No YouTube, o play não tem hora pra acabar e a música soa o espírito do seu tempo. Aqui, o público é o novo protagonista. E leva sua voz para o topo das paradas
A barreira entre artistas e fãs virou cantiga do passado.
Você e seus ídolos estão à distância de um clique, uma selfie ou um comentário. Antes a gente tinha acesso aos discos, às apresentações na TV, aos shows e, no máximo, às entrevistas. Mas agora a gente sintoniza em tudo que eles fazem, acompanhando uma turnê dentro do ônibus ou vendo-os tocar fogo na panela em vez da guitarra em um programa de culinária.
Não é só o som que toca nosso coração, o conteúdo também!
Frequência alternativa
O Lauro Accioly, 23 anos, de Recife (PE), quer ser cardiologista e está estudando para a prova de residência. Entre um livro e outro, ele usa o app do YouTube em sua TV no lugar do antigo CD player. Mas, em vez de artistas consagrados, fica de olho nas performances menos conhecidas. Os canais favoritos são o do trio norte-americano Boyce Avenue, que faz versões acústicas de músicas famosas, e o BBC Radio 1.
No universo musical, as estrelas são infinitas e a gente pode ser uma delas.
O YouTube multiplica as formas de interação e deixa todo mundo surfando as ondas sonoras que quiser, do jeito que se sentir melhor.
Ouvir é só o começo desse embalo.
LADO A: OUVIR / LADO B: desvendar
"É que nem coração de mãe, sempre cabe mais um (milhão) de músicas fresquinhas na sua vida."
Descobridor dos sete mares
O DJ Manoel Canepa, de Porto Alegre (RS), usa as recomendações do YouTube para conhecer sons novos.
LADO A: OUVIR / LADO B: dançar
Música boa a gente escuta com o ouvido e com os pés. Tem tutorial de dança feito pelo próprio artista e tem coreografia tão bem feita que parece vídeo oficial.
LADO A: OUVIR / LADO B: CANTAR
Já parou pra pensar em quantas das suas músicas favoritas são, na verdade, covers? Eles já.
Dá a letra? Os lyric videos garantem a cantoria perfeita no chuveiro e no karaokê.
LADO A: OUVIR / LADO B: TOCAR
Com o YouTube, aprender a tocar é mais realidade que sonho de rock star. Você escolhe o repertório, o horário da aula, o professor e ainda define os intervalos!
E nem precisa de credencial para chegar aos ídolos: o YouTube faz a ponte entre fã e artista.
Nesse palco ninguém desafina.
E as colaborações inusitadas aumentam ainda mais o volume da criatividade que cabe aqui.
Mistura sem ruído
Lucas Lucco misturou funk e sertanejo tranquilamente e lançou sua própria versão do hit de Bin Laden, com um clipe bem favorável à vida boa.
Batida safada
Durante um festival de música em São Paulo, o duo americano Jack Ü mandou uma música do Wesley Safadão em seu set e a plateia ficou num sacode só.
As vozes escondidas agora têm um amplificador e um telão pra chamar de seus.
Com o YouTube, eles transformaram ensaios praticamente anônimos em shows disputadíssimos.
SERENATA DA DIVA
Ela é o principal nome do sertanejo feminino no País. De 2013, quando seu canal surgiu, até junho de 2015 Marília tinha menos de 1 milhão de views. Um ano depois ela já estava com mais de 820 milhões de views no Brasil.
UM ESTOURO DE FUNK
O clipe da música “Bumbum Granada”, da dupla de MCs Zaac & Jerry, atingiu 30 milhões de views em menos de 30 dias.
EM ALTO E BOM SOM
Liniker esperava ter 10 mil views em seu canal, mas foi surpreendido por mais de 8 milhões de views e ingressos para o show esgotados em uma hora.
PLAY NO SUCESSO
O rapper brasiliense Hungria cantou seu cotidiano e chegou a ter 1,2 milhão de views por dia em seu canal em setembro de 2016.
E os monstros consagrados da música? Têm seu altar ainda mais prestigiado no YouTube.
Os grandes clássicos continuam unindo gerações e fazem coro à nostalgia.
Mas ninguém vive só de memórias emocionantes.
No YouTube a gente pode se sentar na primeira fila dos shows mais cobiçados de agora. Não deu pra comprar o ingresso tão desejado? Peraí, que tem uma entrada mágica!
O beat acelerado define o sentimento atual, cheio de mudanças e novos compassos.
No palco do YouTube todo mundo tem microfone para dar voz às bandeiras do nosso tempo.
ELAS VÃO LONGE
A música é uma porta-voz poderosa da igualdade entre os gêneros, e as mulheres brilham aqui. Insistir no machismo só vai render um monte de vaias.
O SOM DO EMPODERAMENTO
É no YouTube que gays, lésbicas, transexuais e travestis tocam o ritmo do respeito, sem interrupção.
MUITOS TONS DA IGUALDADE
O play corre solto nas letras de quem combate o racismo com firmeza na voz e na atitude.
MÚSICA TAMBÉM É DIPLOMACIA
Viver, não ter a vergonha de ser feliz e cantar são um ato político. Com a música, a gente rompe barreiras e compõe uma nova relação entre os povos.
E a pluralidade acelera os ritmos.
Ninguém mais quer ser definido por uma tribo musical. Todos dançam ao som de um número cada vez maior de ritmos e gêneros. Quebrar rótulos aqui é a regra, porque cada um é bem mais que uma só batida.