Os brasileiros estão interessados em viajar e descobrir o país. No Brasil o turismo doméstico deve movimentar 112 bilhões em 2024, segundo estimativa do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC na sigla em inglês).1 E até mesmo na Black Friday, 72% dos viajantes gostariam de ver ofertas relacionadas a turismo.2
Nos últimos anos, as buscas no Google por tipo de destino apontaram que a procura por localidades no interior cresceu acima do das capitais ou do litoral.3 E a “interiorização” do turismo, somada à alta do preço das passagens aéreas, faz despontar a preferência pelos deslocamentos por terra.
Uma pesquisa liderada pelo Google em parceria com a Offerwise, com pessoas que viajaram nos últimos 12 meses, revelou que 74% usaram ônibus, seguido por carro próprio (44%) ou alugado (21%), em comparação aos 32% que escolheram avião.4
Ônibus: o coringa de viajantes que não têm pressa
À primeira vista, o ônibus parece se destacar entre outros meios de transporte apenas por uma questão de custo. É mesmo um ponto bem relevante, mas essa opção é um coringa, com penetração em todas as classes sociais e faixas etárias, especialmente a classe C e jovens adultos.5
E tem outro detalhe: a pesquisa revelou que mesmo quem prefere outros meios para viajar, também utiliza ônibus.6 O contrário não costuma acontecer, já que, na jornada de quem prioriza o ônibus, o uso de outros meios é menor quando comparado com os demais.7
Mas o trunfo da praticidade e possibilidade de integração tem seus limites e outro fator impacta bastante a decisão de viajar ou não de ônibus: o tempo de deslocamento. Segundo a pesquisa, embora considerem esse meio de locomoção, muitos viajantes priorizam outras opções para chegar mais rápido ao destino e, portanto, a velocidade se torna o principal fator de decisão.8
Isso significa que o ônibus entra no páreo quando as viagens são mais curtas. E, no caso de distâncias mais longas, a escolha aumenta conforme o percurso é menos frequente para o viajante.9 Quem viaja de ônibus com menos frequência está mais aberto a encarar um tempo maior de locomoção se o preço valer a pena.
Benefícios e oportunidades em todo o setor do turismo
Três em cada quatro dos entrevistados que planejam viajar nos próximos 12 meses consideram usar ônibus.10 Ou seja, existe demanda de um público fiel e frequente. No entanto, os números apontam que a decisão de compra costuma ficar para a última hora: 61% das pessoas adquirem seu bilhete na semana da viagem — a maioria (26%) entre três e sete dias antes.11
É um hábito comum quando os compradores não veem benefícios em comprar com antecedência. Mas a lacuna entre o planejamento e a aquisição deixa a categoria mais exposta à concorrência. Na hora da compra, são consideradas em média 3,3 empresas, incluindo as próprias viações, plataformas de passagens e programas de fidelidade.12 Assim, ser uma opção coringa tem dois lados da moeda: de um, a versatilidade para atender perfis variados de viajantes; do outro, a flexibilidade e a facilidade que adiam a compra e abrem espaço para o consumidor considerar outras marcas ou até mesmo outro meio de transporte.
Esse cenário só muda quando o benefício da antecipação fica claro para o consumidor, tais como: a escolha de assentos — especialmente para quem tem acompanhante — promoções imperdíveis e garantia do bilhete em momentos disputados, como férias e feriados.13 Outra oportunidade para conquistar os clientes está na combinação de pacotes com hospedagem. Metade dos passageiros de ônibus paga por um lugar para ficar nessas viagens e 81% têm interesse em desconto na hospedagem ao comprar a passagem de ônibus no mesmo site.14
Os turistas nacionais estão animados para conhecer mais o Brasil por terra e têm expectativa por promoções de viagens. Para garantir vendas antecipadas e se destacar diante dos concorrentes, as marcas podem oferecer benefícios, promover experiências inéditas e buscar parcerias dentro e fora do segmento de turismo. E aí, todos a bordo?