Experiências mobile, vídeos online, transformações digitais, parcerias, chatbots e omnichannel são apenas alguns dos tópicos que serão tendência em 2019. Que outras disrupções vão impactar as estratégias de marketing digital este ano? Confira as previsões de experts de vários países e veja como elas podem influenciar as suas estratégias.
1. Multicanal vai virar omnichannel
Qual é a diferença entre multicanal e omnichannel? Em vez de desenvolver vários canais de marketing separados, o omnichannel é uma abordagem mais sistemática. Seu objetivo é criar um sistema de comunicação unificado. Recursos online, redes sociais e apps mobiles funcionam em conjunto, “pegando” as pessoas na hora e tornando a sua interação com as marcas mais tranquilas e contínuas.
Por exemplo, o programa de fidelidade do Starbucks usa cartões que são ligados aos perfis e contas das pessoas. Elas podem checar e carregar o cartão pelo smartphone ou computador, pelo site da loja, pelo aplicativo mobile ou diretamente na cafeteria. Quando um cliente faz seu pedido pelo app, algoritmos especiais calculam o tempo de viagem até a loja mais próxima para que a sua bebida esteja pronta assim que chegar. Você também pode escolher a trilha sonora da loja, colocando uma música para tocar na playlist do Starbucks.
2. A experiência mobile será cada vez mais importante
Os usuários esperam experiências digitais cada vez melhores e mais rápidas – e o mobile não é exceção. Se você quiser oferecer uma jornada omnichannel aos seus clientes, as plataformas devem se complementar e criar uma experiência tranquila de compra mobile através dos apps e sites. Todo mínimo detalhe pode levar à perda de um cliente: 53% das pessoas saem de sites cujos downloads demoram mais que 3 segundos.
Homepages mais rápidas geralmente levam a mais conversões, e as AMPs (Accelerated Mobile Pages) permitem criar páginas que carregam mais rápido. Você pode ver o funcionamento do seu produto mobile na ferramenta Test my Site, e aproveitar todas as vantagens do AMP nos seus planos de marketing digital para 2019.
“Além da importância da velocidade, oferecer soluções revolucionárias para melhorar experiências no site mobile também é um dos maiores desafios do próximo ano,” diz Zeynep İyigün, editor do Think with Google Turquia.
“A essa altura, os Progressive Web Apps (PWA) oferecem uma solução com tecnologia moderna para desenvolver experiências na web que funcionam tão bem quanto no app”, continua. “Em 2019, as marcas vencedoras serão aquelas que investirem em plataformas mobile para valorizar os usuários.”
3. Chatbots revolucionários
Os bots são cada vez mais usados em todo tipo de interação entre marcas e clientes em potencial. Até 2020, 85% delas serão entre usuários e robôs, segundo a consultoria Gartner.
Até agora, essa tendência não evoluiu muito para preservar os usuários: de acordo com pesquisas do instituto Statista, apenas 34% dos entrevistados preferem conversar com chatbots em vez dos canais tradicionais de comunicação, com redes de varejo online. Mas a opinião dessas pessoas pode mudar com o surgimento da nova geração de chatbots com inteligência artificial. Eles pedem informações sobre o usuário, entendem a língua falada e conduzem diálogos mais verdadeiros.
Entre eles, está o chatbot Clare.AI, que processa línguas naturalmente e é capaz de trabalhar como consultor financeiro online. Por sua vez, o igualmente sociável Morph.AI automatiza o SAC. Em um futuro próximo, esse tipo de chatbot vai mudar completamente a percepção popular sobre a comunicação entre empresas e clientes.
4. Vídeos online vão dominar as telas de TV
Em 2019, pela primeira vez, as pessoas vão passar mais tempo online em frente às telas de TV1. Até 2020, a média mundial de tempo gasto assistindo a vídeos online na tela grande vai chegar a 84 minutos2.
Mas, se o mercado de publicidade de televisão começa a estagnar, todo o orçamento global de produção para publicidade de vídeos online vai crescer 17% em 2019 em relação ao ano anterior. De acordo com o Yahoo, as transmissões ao vivo vão dominar todas as outras tendências de vídeo online, em termos de crescimento anual3.
Vários formatos (reportagens, vlogs, entrevistas, debates) facilitam a adaptação desse tipo de conteúdo para quase qualquer público. A falta de tratamento e montagem diminuem a distância entre as marcas e os usuários, e, o mais importante, suprem o desejo das pessoas por precisão e autenticidade.
5. O boom dos serviços de voz
De acordo com o NPD Group, até o fim de 2019, as vendas de smart speakers vão crescer 50%, e esse mercado chegará a US$ 2,7 bilhões4. Ferramentas de marketing serão integradas a serviços de voz: vamos ver muitos aplicativos de compras por voz, desde deliveries de comida a portais de notícias.
A loja de móveis e decoração H&M Home já lançou um aplicativo que funciona em conjunto com o Google Assistant. Ele dá conselhos sobre a decoração de ambientes em diversos estilos e ajuda a encontrar os produtos adequados no catálogo da empresa. Já no app da Domino’s Pizza, o assistente de voz do Google lembra o usuário do seu último pedido e pergunta se pode repeti-lo – o que ajuda a acelerar o processo.
Enquanto isso, as redes de varejo Asos e Argos lançaram serviços online para reservar produtos usando o smart speaker Google Home ou o assistente de voz do smartphone.
6. Parcerias são empurrões para crescer no varejo
Quando o varejo muda no mesmo ritmo da tecnologia e da digitalização, é essencial inovar e olhar para a próxima oportunidade de negócios. Um jeito de fazer isso é através de parcerias.
De acordo com a consultoria OC&C Strategy Consultants, o desafio dos grandes varejistas vem da rápida expansão de plataformas de varejo. Amazon, Alibaba, eBay, JD.com e Zalando têm crescido muito e balizam a percepção do consumidor do que é bom. E eles investem tanto em tecnologia (US$ 16 bilhões ao ano na Amazon, US$ 5 bilhões na Alibaba) que, até 2025, 60% do e-commerce pode vir de plataformas de varejo5.
Claro, nem todo varejista consegue investir pesado em dados ou tecnologia de personalização. Por isso, fazer parcerias ajuda a atrair os talentos, a tecnologia e os investimentos que permitem ao varejo pegar um ritmo que não conseguiria se estivesse caminhando sozinho. Assim, todas as partes ganham.
7. Personalização com marketing data-driven
Integrar estratégias de marketing data-driven traz vantagens competitivas. “Em 2019 vamos oferecer estruturas acionáveis para esse princípio, compartilhando o que chamamos de ‘modelo 5As de marketing data-driven’: audiência, assets, acesso, atribuição e automação,” diz Maite Gomez Fraile, Industry Head no Google Espanha. “Quando dominarmos esses cinco princípios, as marcas vão se equipar por meio da transformação digital, oferecendo experiências completas para os clientes.”
“Colocar (os consumidores) no núcleo das estratégias de marketing vai oferecer cada vez mais experiências personalizadas. E agora temos a tecnologia e o volume de dados para começar a tornar isso realidade.”
– Maite Gomez Fraile, Industry Head no Google Espanha
“O marketing sempre colocou o consumidor no centro de tudo que fazemos”, ela explica. “Agora que eles estão hiperconectados, hiperexigentes e hiperimpacientes, colocá-los no núcleo das estratégias de marketing vai oferecer cada vez mais experiências personalizadas. E agora temos a tecnologia e o volume de dados para começar a tornar isso realidade.”
8. Consolidação de conteúdo offline e online
“Em 2019, esperamos ver mais publicitários da região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) tentando consolidar offline e online para facilitar atribuição, mensuração de visitas a lojas e compras programáticas,” diz Tahani Karrar, Content Manager do Think with Google do MENA (Oriente Médio e Norte da África). “Isso foi feito em 2018 pela Landmark Group, um dos maiores varejistas omnichannel dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita. A rede integrou os dados do cartão de lealdade Shukran ao Google Analytics para conectar anúncios online às vendas offline.”
“Na região MENA, campanhas de conteúdo vão deixar de ser uma única peça para se transformar em várias edições de uma variedade de peças mais personalizadas e relevantes para cada pessoa”, explica. “Como resultado, profissionais de marketing digital vão aprofundar a colaboração com creators, influenciadores, especialistas em conteúdo e veículos de mídia para entregar conteúdo com mais qualidade”.
9. A realidade aumentada vai ser amplificada
Recentemente, a realidade aumentada (AR) em marketing digital foi usada principalmente entre marcas de beleza: L’Oreal, Punky Color e Madison Reed usaram aplicativos de AR para maquiagem virtual. Mas, segundo estimativas da Harvard Business Review, os investimentos globais para o desenvolvimento de AR vão passar de US$ 60 bilhões até 20206.
Depois que a IKEA lançou um aplicativo com AR para “encaixar” móveis em ambientes reais, em 2016, outras grandes redes de varejo têm criado opções semelhantes para compras online. Essa tecnologia permite que você “mova” produtos dos catálogos online para a realidade e entenda como esses objetos ficariam na sua casa ou escritório.
Outro exemplo é a Coca-Cola, que criou um aplicativo patrocinado para transmitir corridas da NASCAR em realidade aumentada. O “portal” virtual na tela de smartphones tinha o formato de uma lata gigante, já que a meta da marca de refrigerante era aumentar o loyalty entre fãs de automobilismo, enquanto a NASCAR tinha esperança de atrair millennials para a categoria.
10. O valor do conteúdo personalizado vai aumentar
Pesquisas mostram que o critério mais importante para 86% da audiência online é a confiabilidade das informações. Para os millennials, esse número é ainda maior. Mas em que dados eles confiam?
Em primeiro lugar, são informações vindas de outros usuários. Reviews de produtos, fotos e vídeos permitem que sua marca atinja um público amplo, ofereça alta credibilidade e aumente a lealdade dos clientes. De quebra, isso ainda sai bem mais barato do que fazer conteúdo tradicional.
Por exemplo, na véspera da Copa do Mundo na Rússia, a Copa90 Media fechou uma parceria com o Snapchat. O resultado foram atualizações diárias com conteúdo gerado pelos usuários, construídos de modo a passar ao público em geral a sensação de estar dentro do estádio. Como resultado, a Copa90 conseguiu atrair 31 milhões de usuários únicos.