A cada novembro celebramos o Dia da Consciência Negra com orgulho, mas sem esquecer de refletir o quanto ainda precisamos avançar como sociedade em direção à equidade racial. Mais que uma tendência, pensar em diversidade, equidade e inclusão deve ser um compromisso permanente, seja do Google, seja de outras empresas. Isso porque entendemos que repensar o ecossistema do marketing e as estratégias das marcas é um trabalho urgente e coletivo.
Por isso, em 2020, antes mesmo do 20 de novembro, reunimos esforços para produzir ações promovendo diálogo com a população negra. Sem nos ater à sazonalidade do Dia da Consciência Negra, desenvolvemos a campanha da Semana do Afroempreendedor, acompanhada por iniciativas e treinamentos com o objetivo de apoiar os mais de 14 milhões de empreendedores negros e negras em todo o país1.
Ao ressignificar o termo "coisa de preto", muitas vezes usado de forma discriminatória, procuramos evidenciar a contribuição e o trabalho de muitos empreendedores negros do país. O vídeo, com narração do rapper Rael, conta essa história:
Como sabemos que uma das principais urgências da população negra no Brasil está ligada ao ingresso no mercado de trabalho, desenvolvemos, com ajuda do Cresça com o Google, uma mentoria que lembra por que carreiras pretas importam.
E também nos preocupamos em impulsionar os negócios dos afroempreendedores com ajuda de ferramentas gratuitas do Google, ambos treinamentos disponíveis de forma acessível, em vídeo.
Os números também revelam que, entre os empreendedores negros, mais da metade se considera "pouco digital"2. Sabendo dos desafios que a população enfrenta com a digitalização e o desenvolvimento dos seus negócios, o Google ofereceu uma capacitação voltada diretamente para estudantes, empreendedores e profissionais negros, o programa Black Ads Academy, que em 2020 reuniu 9 mil inscritos na sua primeira edição 100% online.
O treinamento intensivo e gratuito sobre marketing digital e Google Ads teve participação das ONGs Diver.SSA, Fa.Vela, Instituto Guetto, e do coletivo Publicitários Negros, responsáveis pelos workshops sobre empreendedorismo e desenvolvimento de carreira, além de uma série de encontros com profissionais negros que atuam em diferentes áreas da indústria de Marketing & Publicidade.
Como ir além da conscientização por equidade racial?
Depois da semana do Afroeempreendedor, nos questionamos: como ir além da conscientização sobre equidade racial no mercado de trabalho? O que poderíamos oferecer, de mais concreto, à população negra?
Com essas questões, nos debruçamos na construção de uma campanha, sem um prazo de validade, com foco no mês das Consciências Negras — data que passamos a nos referir no plural, porque nos pareceu um contrassenso falar em uma consciência, apenas, em um país com mais de 56% de pessoas negras.
As raízes
Mas antes de explicarmos a abordagem da campanha, um pouco de contexto: 2020 foi um ano atípico para todo mundo, seja porque todos vivemos sob o signo da pandemia, seja por tantos outros eventos marcantes.
A morte de George Floyd nos Estados Unidos, por exemplo, acendeu um alerta mundial sobre a opressão que as pessoas negras sofrem. E aqui no Brasil, à medida que o Dia das Consciências Negras se aproximava, as pessoas estavam ainda mais vigilantes em relação ao posicionamento das marcas.
Nesse cenário, nossa jornada para a campanha #ConsciênciasNegras começou com uma série de encontros entre os AfroGooglers em busca da narrativa mais assertiva para 2020. O que iríamos falar? Como? Com quem? De que forma? Foi então que nos propusemos a fazer algo para a população negra, buscando valorizar sua ancestralidade, em tom de celebração e história, aproximando o contato da comunidade com suas próprias raízes.
Procuramos explicar, de forma acessível, o significado do dia 20 de novembro no Brasil, lançando o primeiro e único hub global dedicado à cultura negra. A união de forças entre AfroGooglers, o Time de Reputação de Marca e o Google Arts & Culture colocou no ar uma homepage com 31 narrativas virtuais sobre a história negra no país em parceria com 15 instituições culturais. Essa foi a forma que encontramos de conscientizar, mas também oferecer um resgate de ancestralidade à comunidade negra.
Uma perspectiva plural
Além de recuperar parte da ancestralidade muitas vezes sub-representada da população negra, destacamos narrativas criadas por novos artistas. Em uma das seções do hub, chamada Restauração Histórica, convidamos quatro jovens artistas contemporâneos: Jess Vieira, Heloisa Hariadne, Robinho Santana e Pegge para ilustrar passagens da História negra com um olhar sobre momentos mal documentados — ou nem sequer documentados — nas artes, mas que, com eles, ganham um prisma atual. Os temas foram curados pelo Museu Afro Brasil, em parceria com o historiador e doutorando em História Douglas Araújo.
Compromisso com o futuro
Em um país onde 56% das pessoas se consideram negras, pretas ou pardas3, assumir o compromisso com a equidade racial tem sido um desafio constante no Google. E como a pesquisa Consciência entre urgências nos mostra que 68% das pessoas negras dizem não se sentir representadas pelas marcas de modo geral, podemos concluir que diversidade, equidade e inclusão não se trata de um tema de nicho, mas sim de dar vez e potencializar a voz de uma significativa parcela da população historicamente minorizada.
Nesse cenário, marcas e empresas podem fazer a diferença ao melhorar as conversas e ações promovidas pensando na parcela que representa mais da metade da população brasileira. Como? Aqui no Google, nos guiamos pela seguinte frase do consultor e estrategista em inclusão Joe Gerstand: "Se você não promover a inclusão de maneira deliberada e proativa, estará, mesmo que não intencionalmente, promovendo a exclusão".
Esse questionamento tem sido levado em consideração nas nossas ações de marketing dentro do Google, e gostaríamos de saber de você: sua marca tem promovido a inclusão e a equidade de forma deliberada? Ainda há tempo de começar a mudar.