Diversidade, equidade e inclusão são temas de crescente importância e uma pauta quente em muitas discussões no universo corporativo. Os números mostram que os profissionais brasileiros entendem o tema como fundamental para o seu dia a dia: 71% trocariam suas empresas por uma organização com equipes e ações focadas em DEI (sob as mesmas condições de salários e benefícios).1
Enquanto algumas áreas parecem progredir em ritmo mais rápido na construção de um quadro de colaboradores mais diverso, outras ainda parecem caminhar a passos lentos. Intrigados em entender os avanços em diversidade e inclusão nas áreas de TI brasileiras, o Google Cloud encomendou a Kantar uma pesquisa inédita para mapear percepções de funcionários da TI sobre o tema e lançar luz em quais desafios continuam latentes para grupos historicamente menos representados.
A pesquisa contou com 500 entrevistas quantitativas com funcionários de TI e também de outras áreas — para comparação de percepções —, além de uma etapa qualitativa com grupos de discussão focados nas principais comunidades historicamente menos representadas.
Um pouco de contexto
Para entendermos os insights obtidos através do estudo, precisamos primeiro compreender um pouco da história da TI e como algumas relações entre a área e temas como masculinidade foram construídas.
Os principais desafios
Em decorrência desse contexto histórico, um dos grandes desafios em torno da representatividade na TI são os vieses inconscientes sobre o feminino que impactam não só mulheres, mas também homens gays, por exemplo. Por ser uma área técnica, a questão de acesso à formação também desponta como um grande desafio.
Não à toa, mulheres e pessoas LGBTQIA+ ainda são poucas na TI:
A percepção de que todos esses desafios continuam latentes no dia a dia da TI é forte entre seus funcionários, mas compartilhada com colaboradores de outros departamentos.
Novos caminhos
Reconhecer os distanciamentos sociais que separam esses grupos é o primeiro passo rumo a transformação desse cenário. E colaboradores da área da TI parecem entender bem os impactos de um ambiente mais diverso e inclusivo no dia a dia, por mais que as discussões ainda estejam em evolução.
E mais: as iniciativas em torno do tema também possuem sua importância reconhecida por esses profissionais, indicando clara vontade de mudar o panorama atual.
Como entender essa realidade e ajudar a promover mudanças?
Cada empresa está em um estágio em relação a esse tema e é por isso que qualquer discussão deve considerar aspectos internos, além dos externos. No entanto, há alguns caminhos que podem ajudar a abrir espaço para reflexão sobre como mudar o cenário atual. Abaixo, compartilho exemplos dos 5 pilares principais que a Kantar identificou como oportunidades para alavancar a diversidade no seu negócio com base no que ouvimos nos grupos de discussão com pessoas historicamente menos representadas:
- Facilitar o acesso: procure retirar o inglês como pré-requisito e colocá-lo como pacote de formação.
- Engajar os funcionários: diversidade e inclusão são responsabilidade de todos, mas a liderança deve estar altamente engajada.
- Combater os vieses: invista em treinamentos internos com foco em diversidade e inclusão, produção de materiais de boas práticas e atividades para líderes e liderados.
- Falar das vantagens de DEI: é importante que as empresas busquem formas de comunicar claramente os benefícios da diversidade e da inclusão para os negócios com certificados e rankings, por exemplo.
- Estabelecer processos e políticas: estabelecer processos, metas e políticas com foco em diversidade e inclusão (como auxílio creche e suporte psicológico) faz a empresa ir além do discurso.
Próximos passos
Promover a diversidade e a inclusão não é apenas um modo de transformar as relações de trabalho e obter resultados de negócio mais interessantes, mas também uma forma de estimular a equidade social. Como um homem gay, ao fazer parte de um grupo historicamente menos representado, vejo o quão importante é falarmos sobre o tema para que cada vez mais tenhamos espaço e conquistemos aliados nessas discussões.
É importante que as empresas pensem em diversidade e garantam que pessoas de diferentes gêneros, cores, orientações sexuais e com deficiência se sintam representadas, mas é essencial que o ambiente esteja preparado para incluí-las de forma que possam não só participar da festa, mas que possam dançar a mesma dança.
Saiba mais sobre diversidade e tecnologia (disponível em inglês) no: https://diversity.google/