Traduções dignas de um escritor. Reconhecimento de voz. Trazer informações úteis e relevantes quando você mais precisa, muitas vezes antes mesmo de você pedir. Descubra como as novas tecnologias de inteligência artificial transformam os produtos do Google - e a sua vida cotidiana.
Meu nome é Ben Gomes. Esse é um nome de origem portuguesa, mas eu nasci na Tanzânia e cresci na Índia. Essa é minha primeira vez em um país que fala português e as pessoas estão me ensinando como pronunciar meu próprio nome.
Crescendo na Índia, acesso à informação significava ir até a biblioteca e pegar dois livros emprestados. E eu não podia estudar eletrônica porque não havia livros sobre esse assunto lá. Há 18 anos, quando eu entrei para o Google, aconteceu uma explosão do universo da informação, com a internet e as ferramentas de busca, mas, mesmo assim, ainda era preciso acessar um computador e digitar a sua consulta. Hoje, a informação está no seu bolso, na palma da sua mão, basta fazer uma pergunta.
Atualmente, estima-se que mais de 3 bilhões de pessoas no mundo usam smartphones e que esse número irá dobrar até 2021. E o Brasil está na vanguarda desse movimento. O país é a quarta maior fonte de buscas no Google em todo o mundo, por isso, o que acontece aqui é muito importante para nós. Queremos entender como as buscas funcionam aqui e como podemos torná-las ainda melhores para os brasileiros.
Nos últimos 18 ou 19 anos, nós trabalhamos consistentemente para melhorar as buscas em todo o mundo. Implementamos milhares de melhorias por ano, algumas delas são mudanças grandes e fáceis de perceber, mas muitas são alterações quase imperceptíveis que deixam a ferramenta de busca muito melhor. A busca do Google funciona melhor hoje do que ontem, coisas que ontem você não conseguia encontrar, hoje você acha. E você pode estar pensando: "Mas o que vocês tanto mudam? Você tem palavras e documentos, é só ir lá e procurar por essas palavras e esses documentos. Não pode ser difícil”. Bem, não é assim tão simples porque a gente quer te dar exatamente os documentos que você está procurando.
Por exemplo, como você pode conferir no quadro abaixo, em inglês, a palavra "change" pode ter pelo menos 12 sentidos diferentes dependendo do contexto em que é aplicada. E estamos falando de apenas uma palavra em uma língua - imagine os vocabulários inteiros de todas as línguas do mundo.
A gente quer ir além, quer ser capaz de responder como uma pessoa responderia. Por exemplo, quando eu pergunto a você “Quem é o presidente do Brasil?”, nós dois dividimos um conhecimento prévio: sabemos que você mora no Brasil, que o Brasil é um país, que países têm líderes e que o líder do brasil é o atual presidente. Assim, você pode responder a minha pergunta. O que nós queremos é dar ao Google a capacidade de responder perguntas dessa mesma maneira, então precisamos alimentar o Google com o conhecimento do mundo. Nós chamamos isso de “Knowledge Graph”.
Hoje, o Knowledge Graph é uma matriz com um bilhão de registros sobre o mundo – pessoas, lugares e coisas – e as 70 bilhões de conexões entre eles. Usando o Knowledge Graph, podemos começar a responder as perguntas. Podemos começar com questões simples como “Qual é a população de São Paulo?” Entendemos que São Paulo é uma cidade, que cidades têm populações e sabemos quantas pessoas vivem em São Paulo, assim, podemos responder.
Mas também podemos fazer coisas mais complexas, coisas que são especiais para o Brasil. Vamos lá, todo mundo sabe que os brasileiros são loucos por futebol. Nós podemos responder perguntas como o placar de uma partida do seu time, e isso só é possível porque nós sabemos quais são todos os times e eles já fazem parte do Knowledge Graph. Já incluímos as séries A, B e C e, em breve, incluiremos a série D e os campeonatos estaduais. Tudo para que você tenha todos os resultados de todos os times na palma da sua mão, basta fazer uma pergunta.
Nós também podemos levar informações sobre o Brasil para o resto do mundo. Vou dar um exemplo: Nós temos essa incrível parceria com o MASP e juntos estamos digitalizando mais de mil obras de arte e disponibilizando via Google Arts & Culture. Assim, pessoas de todo o mundo que não têm como visitar São Paulo podem sentir o gostinho das maravilhas que estão neste museu. Isso aumenta a visibilidade do Brasil em outras partes do mundo.
E podemos fazer ainda mais pelo MASP e por outras organizações. Podemos ajudá-las a conversar com essas pessoas que procuram por mais informações. Estamos lançando uma nova funcionalidade que permite que essas organizações publiquem conteúdos diretamente na busca. Agora, quando você buscar por “MASP”, verá não apenas as informações básicas sobre o museu, mas também a agenda de exposições, gifs, vídeos e tudo mais que eles acharem interessante para o público. Isso irá ajudar as organizações a impactarem suas audiências de um jeito completamente novo.
Essas são algumas coisas que estamos fazendo para responder suas perguntas de um jeito mais direto e tornando mais fácil para você fazer perguntas. Mas há um momento em que todo este esforço cai por terra: quando você não tem sinal de internet. Na praia, no trem, no ônibus. Tanto no Brasil quanto no resto do mundo todo mundo já passou por isso: você vai lá, faz sua busca e nada. O que fazer quando você não tem conexão?
Nós pensamos sobre isso. Nos perguntamos o que a gente faz nessas horas e a resposta foi “a gente continua tentando.” Ok, o Google pode fazer isso, continuar tentando no background por você. Assim que a conexão estiver disponível, a gente manda uma notificação e com um clique você recebe a resposta para sua busca. A gente espera não precisar usar muito esse recurso, mas, com certeza, ele será útil para você no momento do sufoco.
Um outro jeito de tornar as coisas mais simples para quem faz buscas é mapear as coisas que as pessoas procuram com mais frequência – como a previsão do tempo e transportes – e disponibilizá-las com apenas um toque. E isso será possível por meio de shortcuts na homepage do Google.
A gente sabe que a fala é a maneira mais natural de interação entre as pessoas. E você também pode fazer muitas coisas apenas conversando com o Google. Eu tenho sotaques misturados de muitos lugares e mesmo assim consigo fazer uma demonstração no palco usando comandos de voz, em parte, graças ao machine learning. Apresentações desse tipo não funcionariam há 5 anos – na verdade eu hesitaria bastante em fazer essa apresentação há 5 anos. Hoje, eu posso fazer uma demonstração sem medo e uma dos coisas que tornou isso possível foi o tanto de machine learning que a gente usou para compreender melhor a fala e a comunicação.
O machine learning usa um volume enorme de dados e capacidade computacional para criar módulos que nos permitam entender a fala melhor do que em qualquer outro momento no passado. Mas a gente pode aplicá-lo também a imagens, por exemplo, procurar manualmente por fotos de peixes em um álbum cheio de imagens daria um trabalhão, com machine learning, podemos fazer isso de um jeito muito rápido e até encontrar imagens não muito óbvias como um cavalo marinho e, até mesmo, um sushi – que um dia foi peixe e agora é, apenas, uma delícia.
Um outro exemplo do que o machine learning é capaz está nos novos módulos de tradução que estão cada vez melhores, ao ponto de começarem a competir com tradutores humanos. Agora você pode apontar a câmera do celular, capturar o que você está vendo, o software faz a tradução e a projeta de volta na imagem. É uma versão do mundo em realidade aumentada de um jeito que você consegue compreender. Isso é demais para quem gosta de viajar!
O machine learning está nos ajudando a construir o futuro que queremos; um futuro assistido no qual podemos falar, reconhecer, compreender uma linguagem e dar a você uma resposta de maneira que você tenha no Google um assistente pessoal que entende você, dá as respostas que você precisa e pode ajudá-lo a encontrar boas soluções para as suas necessidades do dia a dia.
Estamos vivendo um momento maravilhoso! E temos tanto a oportunidade como o dever de disponibilizar informações com maior qualidade possível a esses bilhões de pessoas em todo o mundo que estão on-line. Pela primeira vez na história, bilhões de pessoas terão acesso a toda a informação do mundo. Este é um tempo mágico! E acreditamos que estas informações podem ampliar horizontes e permitir que as pessoas realmente façam muito mais com suas vidas. Esta é a nossa missão.